sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Quando mundo era o quintal da avó...

Para para olhar, por um instante eterno, o quintal da avó, e de repente, ouve novamente as vozes de crianças brincando numa tarde quente depois da escola. Eram três primos. Todos moravam ali.
O quintal, hoje tomado pelas bugigangas do tio, outrora foi o mundo daquelas crianças. Monstros eram mortos, lutas eram travadas, tudo ali. Naquele pequeno pedaço de terra da família.
Quando só as duas meninas decidiam brincar, cobriam o corredor com um lençol e ali erguia-se uma nova casa. Suas donas cuidavam dos filhos e da comida. Por vezes, aquela tenda-casa, virava um consultório, e a mais velha virava médica dos filhos da prima mais nova.
Então, caía a primeira gota e a avó dizia que lá vinha a chuva, para as meninas entrarem. A casa era rapidamente desmontada. Cada uma ia para sua casa. A prima mais velha, sozinha e a mais nova ia brincar com o irmão.
A chuva caía forte, mas o calor estava ali. A menina, a prima mais velha, via-se sozinha. Ia, então, procurar um novo mundo para visitar. E de repente, as ferramentas do tio eletrecista lhe atraiam para o mundo do desmontar. Passava horas ali.
O mundo era a casa da avó, onde ainda mora, mas não é mais seu mundo. Ali durante anos, foi dona do mundo, das situações. O quintal fora durante um bom tempo seu local de trabalho, sua selva, sua casa. Tantas vezes já salvará o seu mundo dos mais diversos perigos ali.
Mas a prima mais velha cresceu, assim como os seus primos. Seu mundo expandiu fronteiras, cresceu para além do velho quintal da velha casa. E o quintal ficou esquecido. Mato e bugigangas tomam o lugar das crianças.
A prima mais velha olha para o quintal e ao fechar os olhos, consegue ouvir e ver a si mesma ali. Defendendo seu mundo ao lado dos primos, irmãos de infância e por um instante pensa, se o mundo fosse aquele quintal, aquela casa...tudo seria mais fácil.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A crise fantasma

Isso bem que poderia ser o título de um filme de terror. A atual crise econômica que estamos [estamos?] passando é como um fantasma, sabemos que existe [sabemos?], mas não os vemos. Está tirando o sono de muito investidor e de muito trabalhador.
Os jornais dizem que é a maior crise desde a de 29, será mesmo? Nos EUA, os efeitos podem estar sendo [eita gerundismo, bunito] tão grandes quanto, mas será que são maiores? A pergunta que mais me inquieta é: Por que raios o governo americano não tomou as devidas providencias? Tenho certeza que eles sabiam tudo de antemão. Já ouvi até que tudo começou com o 11 de setembro. Se isso realmente é verdade, o governo Bush teve tempo de sobra para tomar uma atitude. Não preciso dizer o que ele fazia enquanto a bola de neve econômica crescia. Creio que os EUA nunca tiveram um presidente tão...tão...tonto. But, anuway.
Essa história de econômia integrada é um saco. Wall Street espirra, a BOVESPA despenca, o dólar sobe, os investidores ficam loucos e os patrões vão demitindo. Mas uma coisa é certa, seja aqui ou lá, ou em qualquer lugar do mundo, quem vai acabar pagando o pato é o trabalhador. O problema é que...um trabalhador desempregado não consome, sem consumo não há lucro, sem lucro não há crescimento, sem crescimento não há novas oportunidades. E assim a Economia tem seu ciclo injusto e opressor...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O silêncio

Você já tentou pensar em meio a todo esse barulho que a cidade produz durante o dia? É praticamente impossível para mim fazê-lo. Eu me distraio fácil, demasiadamente fácil. Para postar algo aqui, agora, está sendo uma tortura!
Durante meus anos de vida, [não, não tenho 100 anos] aprendi que, por mais que eu goste de falar e estar com pessoas, ouvindo suas histórias, eu só funciono, eu só me concentro, a noite. Quando todos estão no último sono.
À noite, depois da meia noite, o silêncio é quase mortal. Tanto que consigo ouvir meus neurônios trabalhando. [Olha o exagero!] É tão gostoso não ouvir nada e colocar os pensamentos em ordem. Somente eu, eu e Deus. Sem ninguém falando na minha cabeça, sem carros passando pela rua, sem barulho humano.
Na confusão do dia a dia, é tão raro esses momentos em que paramos para analisar quem somos. Funcionamos no automático, de tanta a rotina.
Um momento de silêncio, mesmo quando o mundo está na maior confusão, pode nos revelar novas paisagens, novos sons, novas sensações. O silêncio aguça os sentidos e traz a calma, muitas vezes perdida tão facilmente. O silêncio que todas as noites experimento é tão grande e tão intenso. Mas se há uma chuva, aquele barulho se torna tão gostoso, tão bem-vindo se o silêncio se torna irritante.

Não estou conseguindo continuar o raciocinio...talvez porque eu tenha chegado ao fim do assuntou ou então porque minha concentração exige o mais total silêncio e o mais completo foco de minha parte. Mais tarde eu talvez volte. Com outro raciocinio. Talvez escreverei em meio ao silêncio.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Inquietações sobre o futuro

Não, não se preocupe. Não vou falar das complicações que a crise mundial econômica pode trazer. [Jess pensando que é a Miriam Leitão, tadinha] Nem sobre o Obama [afinal ele está famoso demais já. Vamos descansar do nome dele]
Decidi postar algo ainda hoje, porque...não tenho nada melhor a fazer para o bem da humanidade.
Por que planos para o futuro são tão arriscados quanto investir na bolsa de valores? Por que o futuro tem que ser um quarto escuro onde ficamos tateando? Inquietações, sempre elas. O futuro está repleto delas.
O maior problema de se planejar e pensar no futuro demasiadamente é que acabamos por nos prender a medos bobos. Se nós damos a cara a tapa e seja o que Deus quiser, a queda machuca menos, nos culpamos menos, mas quem disse que o fazemos? É muito arriscado.
Deve ser por isso que acabamos por nos prender no passado. O passado é conhecido, o passado é "luz", o passado é certo. Porém, este não pode ser vivido.
Por vezes, deixamos de tentar escrever o futuro numa folha limpa e nova e preferimos reler folhas passadas. Rir dos erros passados, ao invés de ir em frente e aplicar o que aprendemos com eles. O que nos é familiar é sempre mais aconchegante. O estranho, o novo nos apavora e nos enche de...ah, inquietações!
Temos que ser corajosos para encarar o que se tem pela frente, mas quem disse que não podemos sentir medo? Há de se usar a imaginação para sonhar com o futuro. Mas devemos ter em mente que há uma responsabilidade quanto ao futuro. Cada passo em direção a ele significa a construção de nós. [Lembra quando eu disse que quando escrevo parece que o estilo não é meu? Ta aí um exemplo, isso me soou meio Lya Luft]
*suspiro e paro para pensar no motivo deste post*
Tenho uma inquietação imensa para com o futuro. Talvez por planos passados terem sido frustados. Planos podem ser refeitos, mas e o medo dos novos serem frustados tais como os velhos.
A melhor foi é fazer igual o pessoal do AA, um dia de cada vez. E assim vamos nos construindo. Um dia por vez. Claro que as inquietações sobre o futuro não vão sumir de todo. Elas estarão aguardando o momento certo para voltarem das profundezas. De certo, após um tempo, elas voltaram ao seu lugar. E nós prosseguimos.

Indecisão

Estou indecisa quanto ao que escrever aqui. Meu senso pseudo-jornálistico me diz para falar sobre o que está acontecendo no mundo. Meu senso pseudo-literário diz que devo escrever sobre o que vier na telha. Será?
Talvez isto, este blog, sirva para que eu pare para pensar um pouco. Pensar por que raios eu acho que sirvo para escrever. Por que uma professora disse? Ou por que meus amigos afirmam? Ou ainda por que não sei para que sirvo?
Confesso que lá no fundo, eu sinceramente penso que levo jeito com as palavras, mas eu percebo que tudo que eu escrevo tem o estilo de outra pessoa. Será que sou sufucientemente experiente para escrever?
Não, não sou. Ainda há de se ter uma bagagem maior, mais experiências para se contar. Há muito o que se contruir em mim. Talvez a idade traga tudo isso, talvez não.
Voltando ao tema do blog. Não posso resumir esteblog a um tema. Afinal, eu não penso em só um tema. Escreverei sobre música, sobre o futuro, sobre o que eu penso. Postarei este ou aquele texto que escrevi. Etc, etc. Period.